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Barracão que pegou fogo no Paraná e deixou prejuízo de R$ 40 milhões para empresa estava irregular desde 2018, diz prefeitura

  • 18-12-2025 05:14


  • Imagens mostram momento em que fogo começa em barracão no PR O barracão que pegou fogo em Maringá, no norte do Paraná, e deixou prejuízo de R$ 40 milhões para empresa distribuidora de autopeças para caminhão, estava irregular desde 2018.

    A informação foi confirmada pela prefeitura da cidade.

    O local faz parte de um complexo de cinco barracões.

    Dois deles tinham sido locados pela empresa Compre Peças, que afirmou que não sabia da situação irregular.

    Segundo a prefeitura, o proprietário dos imóveis foi notificado para regularizar as construções, construídas sem autorização, e recebeu multas que totalizam mais de R$ 244 mil.

    "O processo de embargo começou em setembro do ano passado.

    Como não houve cumprimento, o proprietário foi notificado por reincidência e multado neste ano novamente", informou a prefeitura.

    ✅ Siga o canal do g1 Maringá no WhatsApp De acordo com o advogado da empresa, Emerson Farias, os barracões foram alugados em outubro, mas o início da vigência do contrato de locação era a partir do dia 1º de dezembro.

    No documento, também estava especificado que todas as liberações e aprovações de órgãos competentes estavam em dia. Contudo, quando a empresa tentou contratar um seguro, os documentos foram solicitados e o proprietário do imóvel pediu alguns dias para fornecê-los, mas não entregou.

    Por isso, os maquinários e o imóvel não tinham seguro, segundo Farias.

    O g1 entrou em contato com o proprietário dos barracões, mas não teve retorno até a última atualização desta reportagem. O advogado explicou que a empresa possui filiais em Itajaí, em Santa Catarina, e em Sinop, no Mato Grosso.

    Os proprietários são de Maringá e tinham recentemente optado por centralizar a distribuição das peças na cidade.

    "Eles trouxeram todo o estoque de Sinop para Maringá e estavam montando para inaugurar na quarta-feira.

    [...] Eles importam essas peças da China, são muitas fibras de vidro, plástico, e chegam no porto de Itajaí.

    Uma parte fica no depósito de lá, outra ia para Sinop e outra vinha para Maringá", disse o advogado.

    Nesta quarta-feira (17) peritos da Polícia Científica foram até o local.

    O caso está sendo investigado pela Polícia Civil (PC-PR) que apura se há indícios de que o incêndio tenha sido criminoso.

    Incêndio destruiu barracão de autopeças de caminhão em Maringá. Paulo Cesar/ Alex Magosso/RPC Leia também: Pedido de ajuda: Mulher esconde celular na calcinha para conseguir denunciar cárcere privado no Paraná, diz polícia Veja a história: Enquanto trabalhava em livro infantil sobre autismo, ilustrador se identifica com protagonista e procura diagnóstico Oportunidade: Tribunal de Justiça do PR abre concurso com salários iniciais de R$ 34 mil Incêndio causou prejuízo de R$ 40 milhões às vésperas de inauguração de empresa O barracão pegou fogo na tarde de domingo (14).

    As chamas consumiram os maquinários, mercadorias e o telhado de metal e a estrutura de alvenaria ficou comprometida.

    Apesar da gravidade do incêndio, ninguém ficou ferido. O fogo começou por volta das 16h e se transformou numa fumaça preta e densa que pode ser vista de toda a cidade.

    Conforme o advogado da empresa, o local teria uma inauguração social do setor de telemarketing, na próxima quarta-feira (17), para marcar o início das operações da empresa em Maringá, e iria abrigar 50 funcionários.

    Advogado da empresa revelou que prejuízo é de aproximadamente R$ 40 milhões. Carlos Emori/RPC Segundo o Corpo de Bombeiros, testemunhas contaram que pessoas estavam trabalhando no local e que faíscas de solda teriam dado início ao incêndio.

    Contudo, as causas serão apuradas e uma perícia técnica contratada pela empresa.

    O barracão possui 1700 metros quadrados e havia sido locado com outra unidade para abrigar a empresa.

    Corpo de Bombeiros isolou o local devido à estrutura estar comprometida e com risco de tombamento.

    "Isolamos o local para ninguém acessar, pois o grande perigo é a insegurança da estrutura.

    Duas paredes ficaram bastante inclinadas, com risco de queda.

    Após uma vistoria com engenheiros da prefeitura, aí, sim, vamos conseguir revirar o ambiente com maquinário adequado.

    É um trabalho que vai demorar um pouco mais, pois são estruturas pesadas", informou a tenente do Corpo de Bombeiro, Hanna Yuri.

    Apesar da situação, o advogado esclarece que a empresa não estuda decretar falência, pois ainda tem outras filiais.

    "A operação em Maringá era 70% da operação deles.

    É uma empresa sólida, apesar deste tombo que eles tomaram.

    Eles têm um bom crédito com fornecedores chineses, mas a gente não sabe o que vai acontecer.

    A gente vai estudar as possibilidades jurídicas.

    [...] São famílias que agora podem ficar desamparadas, pois talvez a empresa não tenha como pagar.

    Talvez esse mês consegue, mas não sabe o mês que vem como vai ficar.

    Toda e qualquer a ajuda para a empresa neste momento será bem-vinda", disse Farias.

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    Fonte: G1